No Café e Ciência de hoje, o GEPrEx sumariza os principais resultados obtidos pelo estudo intitulado Effects of High-Intensity Interval Training Versus Moderate- Intensity Continuous Training On Blood Pressure in Adults with Pre- to Established Hypertension: A Systematic Review and Meta-Analysis of Randomized Trials. Prepare seu café e venha conosco nesse estudo!
TÍTULO:
Effects of High-Intensity Interval Training Versus Moderate- Intensity Continuous Training On Blood Pressure in Adults with Pre- to Established Hypertension: A Systematic Review and Meta-Analysis of Randomized Trials
AUTORES:
Eduardo Caldas Costa UFRN BRASIL
Jacqueline L. Hay University of Manitoba CANADÁ
Dustin S. Kehler University of Manitoba CANADÁ
Lucas P. Santos University of Manitoba CANADÁ
Kevin F. Boreskie University of Manitoba CANADÁ
Rakesh C. Arora University of Manitoba CANADÁ
Daniel Umpierre UFRGS BRASIL
Andrea Szwajcer University of Manitoba CANADÁ
Todd A. Duhamel University of Manitoba CANADÁ
PERIÓDICO
Sports Medicine
Fator de Impacto: 7.583
Qualis Capes da Área 21: A1
ANO; VOLUME (PARTE DO VOLUME): PÁG. INICIAL-FINAL:
2018;48(9):2127-2142
FUNDAMENTO:
Do ponto de vista clínico, o exercício físico é um dos pilares não farmacológicos para o tratamento da pré-hipertensão e hipertensão. Nesse sentido, diversas revisões sistemáticas e metanálises de ensaios clínicos randomizados relataram efeitos positivos do treinamento com exercícios aeróbios para diminuição da pressão arterial (PA) em repouso e ambulatorial. Apesar disso, pouco se sabe sobre os efeitos do exercício na PA com diferentes combinações das variáveis que compõe o princípio FITT (isto é, frequência, intensidade, tempo, tipo) nos indivíduos pré- e hipertensos.
PROBLEMA:
Dentro do contexto da prescrição do exercício há algumas evidências suportadas por metanálises que o treinamento intervalado de alta intensidade (em inglês, HIIT) é superior ao treinamento contínuo de moderada intensidade (em inglês, MICT) na melhora da aptidão cardiorrespiratória em pacientes com doenças cardiovasculares (por exemplo, coração coronário doença, insuficiência cardíaca), além de melhorar a dilatação mediada por fluxo em indivíduos com função vascular comprometida. Porém, parece não haver nenhuma revisão sistemática comparando os efeitos de HIIT versus MICT na PA em indivíduos com hipertensão pré-estabelecida.
OBJETIVO:
Comparar a eficácia do HIIT versus MICT para reduzir a PA em repouso e ambulatorial em adultos pré- e hipertensos.
A presente revisão incluiu adultos (≥ 18 anos) com pré- ou hipertensão estabelecida. Os estudos realizados com indivíduos com outros fatores de risco (por exemplo, colesterol alto, sobrepeso, obesidade, pré-diabetes, etc.) ou doenças cardiometabólicas conhecidas (por exemplo, diabetes tipo 2, doenças coronárias doenças cardíacas, insuficiência cardíaca etc.) foram elegíveis para inclusão. Somente intervenções de HIIT ou de MICT que incluíram um mínimo de 4 semanas de treinamento foram elegíveis para a análise. Regimes de treinamento que incluíam uma combinação de HIIT ou MICT e treinamento resistido ou intervenções nutricionais não foram incluídos. A PA em repouso e / ou PA ambulatorial foram os desfechos primários dessa revisão. Já o VO2máx, a taxa de conclusão da intervenção (ou seja, pacientes que concluíram a intervenção dividida pelo número de pacientes que iniciou a intervenção), a participação nas sessões de treinamento (ou seja, sessões realizadas divididas por sessões planejadas) e a segurança do treinamento (ou seja, eventos adversos relatados) foram desfechos secundários.
– As reduções na PA de repouso foram semelhantes entre o HIIT e o MICT.
– O número limitado de estudos não permitiu a comparação dos efeitos do HIIT e do MICT na PA ambulatorial.
– O HIIT foi associado a uma maior melhora sobre a aptidão cardiorrespiratória (VO2máx) quando comparado ao MICT.
– A taxa de adesão ao treinamento foi similar entre HIIT e MICT.
– Existem dados limitados para estabelecer a incidência de eventos adversos atribuídos ao HIIT e ao MICT em adultos com pré-hipertensão ou hipertensos.
– Esses achados podem ter implicações importantes no contexto da prescrição do exercício, uma vez que não há diferenças na redução pressórica entre HIIT e MICT. Dessa forma, os profissionais devem levar em consideração as preferências dos alunos para a realização do exercício aeróbio.